Protótipo que ensina, produto que não falha

Produto nasce certo quando a empresa deixa explícito por que está fazendo aquele projeto. Pode ser margem, proteção de mercado, fortalecimento de marca ou entrada em um novo segmento. O que não pode é ficar subentendido. Objetivo claro guia escolha, teste e prioridade. Nem toda decisão estratégica precisa descer até a última ponta, mas quem executa precisa receber o que é relevante para fazer bem feito. E o plano tem de ser vivo: planejamento bom não é trilho que não admite desvio, é trilha que ajusta rota, registra o que aprendeu e segue. O rigor está no método e nos critérios, não na teimosia.

O mercado muda rápido. Em seis meses concorrentes reagem, referências estéticas trocam e o gosto do cliente muda. Por isso prototipar cedo e sempre é obrigatório. Protótipo não serve só para ver se “liga”; ele força uma conversa concreta com quem usa. Cada rodada pede registro curto e útil: o que aconteceu, por que suspeitamos que aconteceu, evidência (foto, vídeo) e qual ação tomamos. Quando a causa não está clara, vale método simples e profundo ao mesmo tempo. Ishikawa é um diagrama em forma de “espinha de peixe” que organiza possíveis causas em grupos fáceis de investigar (Material, Método, Máquina, Mão de obra, Medição e Meio ambiente). A equipe lista hipóteses em cada “espinha”, escolhe as mais prováveis e testa. Junto com os 5 Porquês, perguntar “por quê?” em sequência até chegar ao motivo raiz, o resultado deixa de ser opinião e vira aprendizado verificável.

A partir daí, a regra é transformar lição em padrão. Se o conector soltou com vibração, o desenho passa a ter trava e torque definidos, e o plano de validação inclui um ensaio que imita o uso real. Se o parafuso trincou o plástico, entram bucha adequada, furo revisado e instrução de montagem clara. O mesmo vale para software e processo. Cada lição precisa virar checklist, caso de teste e, quando fizer sentido, peça de catálogo ou bloco de código reaproveitável. Se ficar só na memória, o problema volta no piloto e depois no campo.

Antes de escolher “o que testar primeiro”, teste se o negócio para em pé. Três perguntas abrem caminho: vai dar dinheiro, tem quem compre e nos interessa operar esse produto? Em seguida vem a honestidade tecnológica: possuímos (ou acessaremos) a tecnologia necessária? Se a resposta for “ainda não”, não é projeto de produto, é projeto de pesquisa com métricas diferentes. Quando a base de negócio e tecnologia está validada, entram os testes técnicos: o que a norma exige, o que a empresa complementa e o que reflete o uso real. Cronogramas com gates ajudam a revalidar hipóteses e a dizer “não” na hora certa, antes que a pressão por prazo e bônus empurre decisões ruins.

Produto e negócio têm ritmos que precisam andar juntos. Acertar a engenharia e chegar fora de época, com canal de venda despreparado ou suporte sobrecarregado, joga valor fora. Quando o produto cria uma nova frente (tecnologia, logística ou canal), nasce quase um novo negócio dentro da empresa. Isso pede energia e gente dedicadas e, principalmente, rigor de método com flexibilidade de rota. Mesmo em empresas pequenas, escolher um processo de desenvolvimento e dar a alguém a missão de fazê-lo cumprir muda o jogo sem encarecer: critérios de entrada e saída, listas de checagem, plano de testes e dono por etapa.

Estas práticas têm sido aplicadas em nossos projetos e foram reforçadas na conversa com Angelo Reck Neto e Ricardo Pamplona em sua conversa no nosso Podcast de Dezembro. A 4C pode te ajudar implementando esse ciclo ao lado do seu time, do porquê de negócio ao teste que importa, em um plano com passos curtos e métricas claras. Quer transformar protótipo em vantagem e reduzir falha no campo? Fale com a 4C.

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